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8.30.2005
um poema bonito
seria assim assim um poema conflito
rio-percurso no mundo infinito
cabeça de chumbo
palavra de vento
8.18.2005
borrão de luz
no meio da neblina
o instante ensina
estrela no destilado
nem um gole no drinque
e já estou
do outro lado
o poema vem nervoso
dou-lhe uma sessão de shiatsu
pra pegar textura
de pele, pétala
com essa suavidade
a gente rasga
a barriga do mundo
pá & chão
quando eu morrer
favor anotar no final da minha paixão:
morreu de tanto viver
8.15.2005
uma lima para me coçar
retirar das minhas quinas
as partes pontiagudas
que não decidi
pregos afloram da minha pele
como espinhas
onde não posso ver
quero uma lima para me coçar
retirar das minas quinas
as partes pontiagudas
que não escolhi
coração-balão
prendeu-se nos galhos
andorinhas rodeando
8.08.2005
o vento que veio
passou rasgando
poemas velhos
8.04.2005
de bicicleta
amar amar amar
persigo esse horizonte
entre curvas e janelas
andar andar andar
conheço esse relevo
por apalpadelas
asfalto
molhado
criança
grita
ai
cai
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das infimidades
"das infimidades", leo gonçalves. poesia. edições in vento, 2004.
salamalandro :: poesia contra a moral e os bons costumes :: anotações de leo gonçalves
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